"No meu lançar de protestos,honestos
Ela me responde com subterfúgios,bem curtos
Denomina-os de timidez,outra vez,insensatez
Me encontro desconvexo,perdido, rumando sem nexo
Parto-me ao meio,duas cascas,sem recheio
Uma parte pra mim,outra pra ela,ambas tão singelas
Sem medo,orgulho,temor ou receios
Me sirvo em doce presença,cravo e canela
A sobremesa esmorece,derrete,se inverte
Fica amarga,áspera,diferente de confete
E nesse vai e vem,eu nauseado,passando nada bem
Buscando minutos roubados,levados por ela não sei para quem
A pertinência quase breve,titubea em regaço
E eu me sentindo meio poeta,as vezes meio palhaço
Distorcido em figura,alçado no comprometimento
Com os pés no chão,mas voando no meu sentimento
O jogo recomeça,oscila,continua
O corpo sem pudor,a pele nua e crua
Pêlos e poros,ouriçados e atentos
Matando a sede,buscando a fome,em todos os momentos
Nenhuma promessa,muitas palavras soltas,dispersas
Falta de atenção,demora,desorientação
Nada de paralelos,lestes ou nortes
Apenas uma luz surreal,que instiga e me torna forte
E nesse caminho estreito,fechado e de pedra
Você se faz claridade,contornada com sua auréola
Eu me disfaço em flores vermelhas,brancas e amarelas
Carregando na boca um presente,uma rosa envolta a uma pérola."
E quando chegada a hora,a claridade se fará de dentro pra fora.
Gostei muito Renato, vc consegue transferir com muitas clareza e inspiração o que se passa dentro de vc. Parabéns!Beijoo
ResponderExcluirTalitha