"Há dias ela derrama lá fora
Traz consigo escuridão,angústia,coisas de outrora
Escorre pelas paredes,carros,esgotos
Desliza junto à lágrima no rosto do pai,que teve o filho morto
Impiedosa vem lavar as coisas mundanas
Encharcar calçadas e avenidas,em gotas insanas
Rasgando o céu de forma suave,as vezes violenta
Mostrando sua força,na forma em que a natureza se apresenta
Carregada de intensidade e persistência
Nos priva à liberdade de nossa própria casa,nos testando a paciência
Pingo a pingo,água e mais água,pertinente
Ando de um lado para o outro,ouço músicas,fico impaciente
Minha mãe não me entende,e sempre diz que ela é boa
Mas é como num romance,se regar de mais,acaba que magoa
É sabido que os seres necessitam de uma dose dela,
Mas podia ser mais esporádica,regrada,talvez em parcelas
Parece que presenteia os dias de Sol com férias,
Deixando-o descansar,deitado a cochilar,renovando as artérias
Passarinhos escondidos,no ninho reprimidos,almejando voar
Flores sem pétalas,magricelas e molhadas,desejando desabrochar
To cansado do céu nublado,do corpo infurnado,no quarto melancólico
Quero mais é fritar no sol,no calor do asfalto,nos meus dias bucólicos
Tudo que não seja tão macabro,como dias fechados,para um pobre servil
Respirar as essências,quebrar obediências,tudo muito sutil
Enquanto a casa permancer fechada,com as janelas seladas,eu irei padecer
Hibernar feito um urso,sem fazer meus discursos,tão somente a escrever
Com as idéias crescentes,com a pele ardente,esperando o Solar
Pronto para a batalha,sem fazer qualquer guerra,espreitando o calor chegar."
Eu não penso que ela seque,ou deixe de cair. Apenas preciso que ela se faça menos egoísta...
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