quarta-feira, 25 de maio de 2011

Bicho Mulher



A mulher quer ser amada do jeito que é, mas não quer ser vista como é realmente. Tem uma incrível necessidade de se esconder, ocultar intenções, dissimular interesses, precisa maquiar-se, disfarçar imperfeições, vive da exterioridade. Deseja sinceridade, mas não a suportaria [1]. Quando cortejada, sobre o discurso de que para um algo mais precisa confiança e sentimento, se esquiva. Sendo na verdade nada disso, em casos rápidos e momentâneos, no jogo da sedução quanto mais estranho o pretendente,melhor, menos ele vê, e mais ela preserva o seu orgulho, mantém a sua pompa e domina a situação [2]. Quando dissecada interiormente em suas fraquezas, se sente desconfortável e desnudada. Quando bela livre e jovem, deseja ter o orgulho de mulher difícil, intocável. Mas se contradiz, pois o contingente que dispensa não passa dos reprovados da seleção que faz aceitando os mais interessantes [3], no fundo se equipara à condição do homem a qual censura, enquanto não encontra o parceiro “certo” vive passageiros bons momentos com os “errados”.

Aos quinze quer viver uma história, com vinte deseja ser amada, nos trinta quer simplesmente um homem, já com quarenta não precisa de homem, só de sexo [4]. A mulher é mais animal do que o homem, tem um instinto a mais: a maternidade. E todas as suas relações com os homens em suas fases da vida são determinadas pela sua necessidade de ser mãe. Sendo adolescente enumera pequenos romances, por ser esta uma forma da natureza para ela conhecer os homens e escolher o pai de seus filhos. Quando moça é dominada pela necessidade cega de fidelidade, a qual não se permite um simples flerte ou o prazer de ser paquerada. Pelo instinto de fêmea quer garantir a presença do macho para procriar e proteger a prole [5]. Mas sendo completamente adulta esta mais aberta ao rompimento, traição ou a viver só, já que descobre que seu marido não merece tanto por ser tão idiota como os demais. Isto por que o homem já fez a única coisa para qual ele é útil a mulher [6].



A mulher é profundamente determinada inconscientemente nas suas primeiras posturas diante da vida e dos homens pela imagem do primeiro homem que conhece: o pai. Nelas se prova a tragédia de Édipo Rei: quanto mais o ser humano quer fugir do seu destino mais rápido se encaminha a ele [7]. Três são as suas opções: a miséria de ter quem quiser e ser desejada por todos, mas não ser amada por ninguém; a vergonha de ter ao seu lado um parceiro inferior a ela; ou ser dominada pela força bruta da ignorância ou pela força psicológica de uma mente superior [8]. Quanto mais feminista, menos feminina é. Quanto mais individualista, menos chance tem de ser feliz no amor. Ao rejeitar a prata oferecida a elas por nobres pretendentes por causa da sua ambição de ouro, muitas acabam nadando na lama [9]. E por querer ser absolutamente emancipada e se igualar ao macho se torna tão besta quanto o bicho homem.


(Esdras Gregório) 08/2010



Notas explicativas**


[1] O que toda mulher quer e deseja quando diz querer um homem sincero é apenas que ele a ame mais do que todas as outras que eventualmente tenhas passado por sua vida, ela só quer a exclusividade dos seus sentimentos, ela só que ser a única e última em seu coração. Isso não significa que ela queira saber toda a verdade sobre ele, que ela possa suportar toda verdade dele, antes uma boa dose de “insinceridade”, e uma pitada de “inocentes” mentiras são essenciais para um bom relacionamento, pois a realidade nua e crua da vida e de nossa natureza, sem inspiração e ilusão são insuportavelmente patéticas e miseráveis. Precisamos de poesias e poetas para viver, pois “todo poeta é mentiroso” e é uma boa “mentira” que nos faz prosseguir.


[2] Na natureza e na sociedade sempre e na maioria dos casos é a fêmea que escolhe primeiro o seu parceiro, é ela quem decide em última instância. Se ela não se sentir atraída instintivamente e intelectualmente pelo pretendente, em vão será toda tentativa de conquista. Ela apenas faz a sua aparição, da o seu ar da graça, enquanto os machos fazem o seu canto, demonstram suas forças, revelam a beleza de suas plumas coloridas e papos e cristas avolumados. E assim, logo em seguida tendo escolhido o parceiro pelas suas razões pessoais de segurança emocional e desejos inconscientes, naturalmente ela dará certos sinais sutis ao macho que daí então,e só então, esta apto a fazer sua corte e conquistar sua amada.


[3] Não existe isto de mulher difícil, e nem mulher que não possa ser conquistada, mas apenas o homem certo na hora certa e no lugar certo. Encaixando estas circunstâncias toda e qualquer mulher em toda circunstância social pode ser “seduzida”, não existe castidade de moça e fidelidade de mulher no sentido moral de resistência a livre decisão, existem homens errados na hora errada e nos lugares errados que juntamente, fazem uma barreira natural de proteção. Pois se entrelaçando uma gama complexa de circunstâncias, carências e momentos específicos em uma oportunidade que venha a complementar a lei da busca e da procura, qualquer mulher pode ser tomada, pois não existe um forte seguro, mas mil situações e ocasiões, e a ocasião faz o ladrão.


[4] Antes dos vinte anos é impossível uma moça amar um homem, pois ela não consegue ver ainda o homem, ela não pode o perceber, portanto no máximo, ela vai fantasiar sobre o homem. Entre vinte e trinta anos com todo o seu ser, com todas as suas entranhas, poros e suspiros, ela deseja ser amada por um homem. Ela cegamente pela natureza de mulher, pronta para ser mãe necessita disso. Passado esta fase ela não ama mais o Amor, não busca tanto o amor excelente, mas aprendeu a ver o homem sem a ânsia de ser amada, ela gosta agora do homem, do jeito do homem, do ser do homem. Não quer um amor, quer um parceiro, um cara legal ao seu lado. Um homem que seja homem, para ela ser e se sentir mulher.


[5] Depois dos quarentas se a mulher não amou, provavelmente nunca mais vai amar de verdade em sua vida. Ela pode se apaixonar muitas vezes depois disso, pode se encantar pode perder a cabeça, mas tudo isso uma hora passa, e por mais que teimosamente sonhe com um amor o que ela precisa mesmo é de se sentir Viva, e de ser sexualmente uma mulher completa, independente e livre para o “amor”, seja isso com o marido, amante ou namorado. Pois agora o sexo perdeu suas funções vitais de procriação e a libertou ou para dele se abster, ou fazê-lo seu momento decidido de prazer. Quanto ao homem do amor de verdade,se ele ainda não esta com ela, ela o deve ter perdido ou deixado em algum lugar de sua vida, entre seus vinte e trinta anos.


[6] Pela natureza a partir dos vinte até os trinta anos, esta é a melhor fase para a mulher ser mãe, tanto física como intelectual e emocionalmente. E seus instintos mais elementares e desejos mais inconscientes vão buscar e desejar um macho que tenha todas as características genéticas e individuais para dar a ela a melhor cria possível. É o filho do amor, feito no leito do amor, escolhido e selecionado pelas exigências inatas e inconscientes do desejo de cada um em se perpetuar sadia e perfeitamente em suas descendências. Nesta fase ela instintivamente quer sentir seu homem inteirinho dentro dela, deseja receber seu sêmen. Depois disso o homem não é para a mulher tão importante, pode viver sem ele, e o mantém por carinho, companheirismo ou comodidade mesmo. Em subseqüência, ela pode se sentir usada como um depósito de espermatozóides e uma lixeira humana, e o homem pode se tornar para ela com o tempo um perfeito idiota, que ou a facilita para outro que a faz rolar e pular com ele na cama, ou ironicamente a perde para um outro que faz papai e mamãe maravilhosamente enquanto ele, o marido, de forma desconfortável para ela, a faz de peteca desesperado em se prevenir de um amante genioso.


[7] Quando adolescente a menina pode até ter como ídolo os galãs de trinta, pode ser louca por eles, mas somente vai ficar e paquerar com meninos de sua idade, pois ela foge a todo custo de qualquer homem que represente a figura dominadora do pai. O pai é o protótipo de homem que ela não quer, que ela se esquiva a todo o momento, pois deseja a liberdade, a independência, e por isso escolhe aqueles que estão no seu nível e que podem digladiar com ele em pé de igualdade ou até dominar na relação. Mais isto somente enquanto seus instintos não foram aflorados, pois quando se tornar uma moça completamente pronta, seus desejos vão traí-la procurando um macho mais forte, e o mais poderoso do clã em que vive. Trata-se da sua intuição consciente e inconsciente de mãe que quer o melhor progenitor e provedor possível. E que acabará por dominá-la como ela tanto temia: “e seu desejo será para seu marido”.


[8] Entretanto se for fazer sua escolha baseada na sua razão, mesmo que se sinta atraída pelo macho alfa: o mais belo, sedutor e poderoso da sua “tribo” ela sabe que só será única de um homem que seja menor do que ela. Trata-se do macho beta, de um homem que não tenha o mesmo nível de encanto pessoal e beleza física do que ela, que não é necessariamente um homem inferior, mas um homem com menos atrativos aparentes do que ela e que pode ser muito perspicaz, dedicado e próspero, e que por possuir uma esposa de mais destaque fisionômico e gênio intelectual do que ele, ele ira ser um excelente marido que vai fazer de tudo para preservá-la ao seu lado. Mas assim se antevendo ao adultério do homem, por não escolher o macho mais atraente e fogoso, ela acaba que ficando vulnerável no futuro a ela mesmo ser a traidora, pois neste caso não se tem saída, ou se escolhe a probabilidade de ser traído ou a possibilidade de trair.


[9] Na busca da felicidade, na busca de serem amadas,algumas mulheres se encaminham cada vez mais para longe do que tanto procuram. Não é a estrema beleza e perfeição física que fazem delas mulheres desejadas, antes pelo contrário,algumas carregam em si a maldição de serem gostosas, pois para algumas tais atrativos se sobressaem sobre todos os outros seus talentos pessoais, o que acaba atraindo os machos somente para o desejo físico, a qual depois de saciado fará com que o homem procure outra que tenha muito mais do que carne a oferecer. Tanto quanto também as mulheres mais femininas, inteligentes e independentes apesar de deixarem os homens de quatro por elas, não são necessariamente as mais amadas do mundo. Antes as mais adoradas não são as mais belas, gostosas e poderosas, mas as que têm um jeitinho todo especial seu de ser, que é o que realmente faz com que um homem ame uma mulher. Ou seja, as que muito escolheram e lutaram para serem as mais cobiçadas se tornaram tão impessoais e divinas que deixaram no caminho os únicos caras legais que poderiam amá-las de verdade.



*O texto foi escrito em abril de dois mil e nove e as notas em agosto de dois mil e dez, expressando exatamente sem alteração a idéia central subentendido no texto de dezesseis meses atrás.


**Como eu nunca pesquiso nada para escrever, não existem fontes citadas, pois todo conteúdo é tirado da absorção de minhas antigas leituras e de minhas experiências particulares, por isso devo este texto tanto à leitura que fiz a cinco anos atrás do artigo: “a metafísica do amor” de Arthur Schopenhauer,como principalmente a observação inevitável de todas as mulheres que conheci, convivi e amei,com todos os tipos humanos e de amores, desde a minha infância até os dias de hoje.

Um comentário:

  1. Sinceramente, muito bonito tudo o q foi escrito e descrito, mas nao diz a verdade. é muito fácil generalizar as mulheres, quando nem se tentou ouvi-las. pra ser objetiva: mulher não é pra ser entendida, é pra ser amada. assim como não se pode entender os homens. cada ser humano é único, pensa diferente, age e reage de forma diferente. o texto é muito poético, mas é mais um romance do q um fato real. sinceramente, nao chega a ser nem verossimil.

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